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sábado, 6 de julho de 2013

Produção Textual - Disc Língua Portuguesa

 Preciso de Amor

Era tarde de sexta-feira, junho de 2008. Cansada de um dia cheio de trabalho, carregava as compras do mercado, aquelas alças da sacola de plástico quase se rompendo e marcando fortemente minhas mãos.  Adentro a casa e vejo toda aquela imensidão, ela estava grande demais e vazia.  Eu me sentia triste, quase nem existia de tanta solidão. Eu que até então não sentira falta de nada, era autossuficiente, naquele dia acordara deprimida, sentindo falta até do escandaloso caminhão que recolhia o lixo todas as sextas-feiras. Nem ele naquele dia havia passado. Sentia uma falta enorme dos amigos, da mãe que já não falava alguns meses. Saí de casa brigada com ela. Meus cachorros que deixei pra trás, ainda lembro-me dos olhinhos tristes e caídos. Quanta saudade me invadiu o peito naquele dia. Por onde estão meus amigos agora? Eles nunca me deixaram sozinha. Na cozinha nem meu companheiro fogão quis me ajudar. As bocas não acediam, deviam estar entupidas. No quarto as fotos dos amigos espalhadas pela cômoda. Vários porta-retratos e mensagens deixadas por eles. Na gaveta os álbuns com as fotos da família, mãe, irmãos, os bichos... Que tempo bom, mas que era melhor não lembrar. Minha arrogância me consumia bem mais do que a tristeza. Vaguei pela cidade naquele dia até o anoitecer. Eu não queria ficar em casa. Sentia falta de alguma coisa, que nem mesmo eu sabia o que. Talvez soubesse, mas preferia não dar importância. Existe uma fase na vida da gente que acreditamos  piamente que não precisamos de mais ninguém para viver. Sozinho  se pode ir muito mais longe. O fato é que um dia, naquele dia em que ninguém está por perto, você acorda precisando de alguém. Até a árvore parece lhe sorrir. Mas é só imaginação. Sua solidão é tamanha que se duvidar você até conversa com a árvore. Comecei a reparar nas pessoas que caminhavam pelas ruas. Casais de mãos dadas olhando as vitrines, afinal se aproximava o dia dos namorados. Famílias caminhando, outras sentadas nos bancos da praça, amigos jogando conversa fora na beira do rio... E eu ali, sozinha. A espera de alguém para conversar. O que eu mais queria naquele momento é que alguém se aproximasse para trocar nem que fossem três míseras palavras. Depois de tantos desencontros e decepções amorosas, tinha me fechado para relações devastadoras. Mas neste dia era o que fazia falta. Alguém a quem pudesse confiar e me divertir...
Depois de tanto vagar, quase 22 horas volto para casa, tomo meu banho e me enfio debaixo das cobertas, estava frio, o telefone tocava e eu não queria atendê-lo, era minha amiga dando sinal de vida. Mas àquela altura preferia ficar com as minhas cobertas e o filme Marley e EU que eu já havia visto pelo menos trinta vezes. Insistentemente e compulsivamente ela me ligava. Até que resolvo atender. Era para um encontro informal entre amigos, bater papo, jogar conversa fora. Tudo que eu queria até algumas horas atrás, pois neste momento a raiva me consumia pelo abandono de 12 horas que ela me fizera sofrer. Enfim, rendo-me e ofereço minha ilustre presença.  Afinal, mesmo consumida pela tristeza a minha arrogância ainda sobrevivera dentro de mim.
Lá pelas tantas da madrugada, decidimos ir embora, ela me deixaria em casa. Tivera sido assim se não tivesse atropelado um rapaz que passava pela calçada. Conhecido do dono da casa é arrastado para dentro, todos muito preocupados querendo saber se estava machucado, se estava tudo bem. Eu? Não estava nem aí, já tinha visto que ele estava bem, devia ser mais um desocupado da vida, meu subconsciente já fazia o julgamento sem nem mesmo ter visto direito a cara dele.  Aquela ladainha estendeu-se por quase uma hora. Estava frio na rua, sem saída devo adentrar a casa novamente. Eis que avisto a imagem mais linda, aquele rapaz que acabara de ter sido levemente atropelado pela Clau, sentado na cozinha. Naquele momento eu apaguei, é como se eu visse tudo de cima, mas eu ainda estava com os pés no chão. Aqueles olhos, aquele rosto... Eu já não via mais nada além dele. Flutuei. Era um príncipe. Com a pata manca e sem o cavalo branco, mas ainda era um príncipe.  Então sentei para poder observá-lo melhor.  A musica em baixo som voltou a tocar. Mas todos voavam a minha volta. Como borboletas. Faziam barulhos, sons estranhos. Não via nem ouvia mais ninguém alem daquele rapaz. Estaria eu vivendo no País das Maravilhas, quem sabe virei Alice? Pudera, mas não. Era o amor tomando conta de mim e expulsando aquela tristeza e mau humor que habitara meu coração por mais de dois ou três anos. Não trocamos nenhuma palavra, sequer um oi! Por algumas vezes nossos olhos se cruzaram. Depois com mais frequência e mais, até que nos olhamos por mais de um minuto. Volto pra casa sem ouvir a voz dele, sem nem mesmo conversar e saber mais sobre ele, mas aquela imagem ainda permanece a minha frente. Os dias se passam e não nos encontramos mais. Em lugar algum. Mas ele não me sai do pensamento. Vire e mexe seu rosto vem à tona.  Começo a procurá-la entre os amigos, e nada. Ninguém sabe dele, ninguém nem o vira mais.
 Seria ele um fantasma? Será que eu sonhei todos estes dias com alguém que não existe?  Como pode alguém desaparecer do nada? Onde fora parar aquele rapaz que tivera quebrado a pedra que eu havia me tornado? Pra onde ele foi? Quase um ano se passou. E eu não tinha mais noticias do meu príncipe. Nem mesmo o numero de telefone que meus amigos tinham, tocava. Vivia na caixa postal. O amor havia enfim acontecido pra mim, mas não poderia vivê-lo. Sem seu paradeiro, como seria possível lhe contar todo o meu carinho?
Eis que saindo do supermercado, avisto alguém muito parecido com ele. Aqueles cabelos e olhos negros brilhantes... Estava sentado em  frente à rodoviária. Fui me aproximando, coração desesperado a cada passo de aproximação.  Quando chego bem perto, tenho a certeza, era ele.  Tive medo de me aproximar e ele nem se lembrar de mim. Mas eu já não podia mais viver sem notícia. Sem saber como estava. Precisava acabar com aquela agonia. Não era possível um amor platônico a esta altura da vida.
Crio coragem e então me aproximo: - Oi, tudo bem? Lembra-se de mim?
- Sim, como poderia esquecer-te, moras no meu pensamento desde aquela noite.
- Surpresa e confusa desconverso: O que fazes aqui? O que tem feito que nunca mais o vi?  Nunca mais tive notícias suas (...).
- Porque, me procuraste?
- Sim, por toda parte.
- Por quê?
- Porque naquela noite em que te conheci, levaste contigo uma parte de mim...
- Eu sei uma parte minha também ficou contigo...
Abraçamos-nos enfim, como esperei por este abraço, pelo calor dos braços. Eu sentia o coração dele batendo no meu. Aquelas borboletas que faziam um barulho estranho, sobrevoaram novamente, desta vez, sobre nós. Eu flutuava, mas ainda sentia os pés no chão. Minha cabeça girava e eu podia ouvir a canção do amor, sinos, varinhas de condão e balangandãs. Enfim reencontrara meu príncipe, aquele que com uma única aparição transformou meus dias em uma busca constante pelo seu paradeiro até finalmente nos reencontrarmos.  Eu sabia que ele existia. Só não sabia que ele também esperava por mim. Cinco anos se passaram e não mais nos deixamos, sequer um segundo com medo de nos perdermos de vista na primeira dobrada de esquina.

                                                                                          Liz Di Bernadi

Organizando a Biblioteca

Dia de muito trabalho. A equipe do PIBID de Tijucas tem muito trabalho a ser realizado na Biblioteca... 
Acadêmicos/Bolsistas: Angela Gandin, David Ferreira, Liz Di Bernardi
Professor Supervisor: Fabiano J Dantas
Instituição: Escola de Educação Básica "Deputado Valério Gomes"
Tudo é perfeito, a Escola, o Professor e o Grupo.


Obras de Ariano Suassuna que encontramos na Biblioteca (O Casamento Suspeitoso, Uma Mulher Vestida de Sol, A Pena e a Lei, Auto da Compadecida)
 O



Grupo de Letras 1º Período

Grupo de Letras do 1º/2013, é presenteado com a peça teatral Objetos Gritantes, no Teatro Municipal de Itajaí. Programa muito divertido e inteligente.
Acadêmica: Liz Di Bernardi

Opinião: As boas práticas de dupla diplomação

05 de Julho de 2013.

Opinião: As boas práticas de dupla diplomação

Por José Marcelo Freitas de Luna, doutor em Linguística, especialista em Administração Universitária, professor do Mestrado e Doutorado em Educação da Univali


Um número crescente de universidades em todo o mundo, incluindo-se as brasileiras, têm feito esforços para internacionalizar os seus cursos. Grosso modo, elas têm se valido de programas de mobilidade de alunos e de professores, sendo o intercâmbio estudantil aquele que mais exercita e multiplica os efeitos da internacionalização. Ao abrigo de convênios interinstitucionais, os alunos têm a oportunidade de estudar, em média, um ano acadêmico em uma instituição estrangeira, fato que gera o desdobramento e o desenvolvimento de acordos.
Um dos mais destacados e recentes avanços da cooperação interuniversitária internacional são as duplas diplomações. Perseguido, inicialmente, por educadores e planejadores de políticas públicas na Europa, principalmente a partir do Processo de Bolonha, o processo logo passou a ser assumido e desejado por diversos cursos de graduação de algumas universidades do mundo.
À luz da literatura de internacionalização de currículo, um programa que leva à dupla diplomação se estrutura a partir de uma matriz curricular harmonizada, que se apresenta com disciplinas equivalentes para alunos de um determinado curso de duas instituições conveniadas para tal fim. Cursar, em média, não menos de cinquenta por cento das disciplinas do currículo na universidade estrangeira caracteriza-se como outra oportuna exigência para a dupla diplomação. Ao término do curso, com os aproveitamentos devidos, a dupla diplomação se traduz na outorga de dois diplomas, um por cada universidade participante.
A Univali, que, ao longo dos últimos vinte anos, vem desenvolvendo a sua rede de cooperação internacional, acaba de ver aprovado o seu primeiro projeto de dupla diplomação para a graduação. Trata-se de uma parceria com a Universidade de Coimbra, com o fomento e o respaldo do Programa de Licenciaturas Internacionais da Capes - PLI. O curso alvo desta importante inciativa governamental é Letras – Português.
Em consonância com a definição e as boas práticas de dupla diplomação no mundo, o projeto da Univali (Por um currículo de Letras internacionalizado como base de formação intercultural para professores de Português da Educação Básica) estrutura-se pela abertura e conclusão na universidade brasileira e pela etapa intermediária de formação no campo temático específico na universidade portuguesa. Durante todo o processo, os alunos serão acompanhados e avaliados tanto pelos professores das disciplinas do currículo como por uma equipe interinstitucional especializada em dupla diplomação.
A estruturação do PLI, aqui brevemente apresentada, é absolutamente devida a todos os programas que visem à dupla diplomação. Isso porque o perfil profissiográfico dos alunos precisa ser desenhado e disposto de acordo com as diretrizes curriculares de dois países, sobre o que incidem aspectos legais como os de acreditação. Além do mais, e muito especialmente, a outorga de uma dupla diplomação implica o reconhecimento de duas instituições de que os seus egressos estão não só de direito, mas de fato qualificados para a atuação profissional.
A observância ao conceito e às boas práticas da dupla diplomação é de todo necessária para evitar os desvios do objetivo de cooperação internacional para a excelência na educação. Internacionalizar-se não é, portanto, associar-se ou ser franqueada de uma instituição estrangeira, fazendo disto uma estratégia mercadológica para atrair alunos pouco informados a respeito da natureza e das implicações do referido processo. Ao invés, a internacionalização deve significar para as instituições o compromisso com a renovada capacidade de tratar do conhecimento com rigor e competência, valendo-se de boas parcerias e de inestimáveis apoios institucionais.

Portugal

28 de Junho de 2013.

Acadêmicos de Letras farão metade da graduação em Portugal

Projeto, aprovado pela Capes, beneficiará sete estudantes
Santa Catarina – Sete acadêmicos do curso de Letras da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) serão beneficiados pelo Programa de Licenciaturas Internacionais (PLI), e terão dupla titulação na Universidade de Coimbra, em Portugal. O projeto, liderado pelo professor José Marcelo de Luna, foi aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) nesta quinta-feira, dia 27.
O projeto, intitulado: “Por um currículo de Letras internacionalizado como base de formação intercultural para professores de português da educação”, proposto pela Univali, foi um dos 40 selecionados em todo o Brasil. Os estudantes vão permanecer dois anos na Universidade de Coimbra, praticamente metade da graduação.
Os alunos viajam para Portugal em agosto. A iniciativa vai ao encontro da proposta de formação internacionalizada da universidade, busca melhoria do ensino e da qualidade na formação inicial de professores, e contribui para a diversificação e interculturalidade curricular do curso de Letras.

Liz Di Bernardi



quarta-feira, 1 de maio de 2013

Apresentação dos projetos desenvolvidos


No dia 17 de abril de 2013 aconteceu o  II Seminário do PIBID Univali.
O objetivo do seminário: Socializar atividades realizadas através dos projetos do PIBID, visando sua avaliação e integração entre Educação Superior e Educação Básica.
 O seminário teve início ás 13h30min, com o Grupo de Percussão PROLER, fazendo a abertura do evento.
Ás 14h30min, a Prof. Dra. Dóris Bolzan (UFSM/RS), palestrante convidada apresentou o tema: Docência na Educação Básica – desafios e perspectivas.
Às 16h00min, aconteceu a sessão de pôsteres, e ás 16h30min mostra de Produções de material didático. Às 17h00min mais uma apresentação cultural: Musicistas do setor de Arte e Cultura, e às 17h30min terminamos a primeira etapa do seminário com o coffee break.

A segunda parte do seminário teve início às 19h00min, realizada no auditório II, no setor F4, com as apresentações dos projetos do PIBID, já executados em algumas escolas, por alunos de vários cursos.
 Iniciou-se com a apresentação cultural do Grupo Proler teatral.
 Após a apresentação teatral, os grupos do PIBID começaram a apresentar os trabalhos realizados no ano passado, com  crianças de várias escolas da região.

Os licenciandos e escolas que não apresentaram os projetos desenvolvidos tiveram seu trabalho exposto em banner.





Leitura do romance digital Tristessa

O projeto de ler Tristessa é desafiador, pois esta nos conduz a vários caminhos, é uma narrativa que apresenta dinamicidade, que apresenta movimento à obra no ato da leitura. Podemos observar que esses caminhos que a obra nos conduz, propicia ao leitor penetrar em diversos links, algo que, acredito, que não poderíamos realizar em uma obra impressa.  
  Observando a estrutura do romance Tristessa, percebemos que cada link proporciona uma parte da história de Thomas, sua trajetória se mantém num só foco narrativo e a cada  componente novo é o que complementa sua história de vida,  um episódio que sugere outro episodio e assim forma uma cadeia de estórias.  As estórias de Marcela, Roberta, Majou, Fernanda, Alex, Paula, Joana conferem ao texto uma característica não só fragmentária, mas também sinuosa.
As fotos abaixo são dos alunos do 3º ano 03 na sala de Informática realizando a leitura de Tristessa.